O artista plástico Maxwell Alexandre em meio a obras da série “Novo poder” — Foto: Guito Moreto
O artista plástico Maxwell Alexandre em meio a obras da série “Novo poder” — Foto: Guito Moreto
GERADO EM: 29/11/2024 - 13:19
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A casa de Maxwell Alexandre está com novos sons. Entre os primeiros balbucios de sua filha Goia,de 6 meses,o artista plástico dá o play nas batidas do disco “Davinci”,obra com 40 músicas que será lançada em 2025. “É um álbum bem pessoal,que fala sobre História da Arte,passando pelo circuito de arte contemporânea. Junto com as referências do meu crescimento na Rocinha,a experiência enquanto cristão evangélico,atleta e militar”,diz o artista,de 34 anos.
O processo de criação é todo feito com sons instrumentais baixados da internet,que ele edita de uma maneira repetitiva,como um mantra,e coloca as letras por cima. Tudo feito no programa Davinci,por isso o nome do disco. “A música me faz arriscar. Por já ser bem-sucedido e respeitado como artista plástico,começar algo do zero é um risco e uma possibilidade de me desafiar. As duas atividades se complementam: pinto melhor porque faço música e vice-versa”,avalia ele,em cartaz no Sesc São Paulo com a exposição “Novo poder: passabilidade”,parte da série que inaugurou o seu pavilhão em São Cristóvão,no Rio,no ano passado.
As curadoras Gabriela Davies e Maíra Marques,do Instituto Comadre,que montaram a coletiva “Apocalipse”,na Casa França-Brasil,que exibe duas obras de Maxwell,avaliam seu processo de criação. “Ele tem a preocupação em estabelecer uma trilha narrativa que revela,de forma consistente,suas visões de mundo”,diz Gabriela. “E compartilha com o público seus questionamentos e processos”,completa Maíra.
“A música me permite passar uma mensagem direcionada",defende Maxwell — Foto: Guito Moreto
No disco,o papo promete ser ainda mais reto. “A música me permite passar uma mensagem direcionada. Com uma pintura,é mais difícil fazer isso sem ser cafona ou perder a poesia”,acredita ele. E no fone de Maxwell,o que ele anda ouvindo? “Eu amo o Playboi Carti (rapper de Altanta),considero um dos maiores artistas de todos os tempos. Mas a minha maior influência hoje é o Filipe Ret (rapper do Rio),é quem mais escuto atualmente”. Visão de cria.